O que você precisa saber sobre:
A égua prenha e seu potro.
Logo após algumas semanas do momento da cobertura, o veterinário pode se assegurar de que a égua está prenha através de exames de palpação ou de ecografia. Deste momento em diante, basta cuidar de alguns detalhes para que a gestação prossiga bem e seja dada luz a um belo potro.
A gestação de uma égua dura aproximadamente onze meses, onde somente nas últimas semanas consegue-se reparar maiores mudanças na égua.
Algumas dessas mudanças podem ser sutilmente percebidas em seu humor e no afastamento dos seus conhecidos, dos quais começa a "desconfiar".
Pode apresentar reações de medo, ou o oposto: de curiosidade. Mas mesmo para os íntimos em seu dia-dia, essas sutis mudanças de atitude e humor podem passar despercebidas. A grande maioria das gestações prossegue sem maiores problemas.
Porém vale cuidar das mães de primeira viagem, que podem não saber muito bem onde devem manter seu foco; tirar rápido a placenta das vias respiratórias.
A égua prenha deve se alimentar muito bem. Suas refeições devem ser mais completas e gradualmente mais fartas até o momento do parto. Ao servir a indispensável forragem, deve-se cuidar com a sua qualidade e diversidade.
Com o feno sendo se boa procedência, devem ser adicionadas algumas leguminosas, como a alfafa cortada ou mesmo desidratada.
Um complexo de vitaminas e minerais não deve ser esquecido, para que o potro tenha uma boa ossificação e desenvolvimento.
Lembrando ainda de uma das mais importantes observações, a pedra de sal, não deve ser esquecida; mas sim oferecida.
Com essa maravilhosa dieta deve-se cuidar com os exageros.
O excesso deve ser evitado, junto a isso o desperdício ou ainda perigosas complicações no parto.
Estar completamente em paz, continuar com a rotina de uma super atleta, ou usufruir do meio termo, passam a ser as próximas observações.
Alguns acreditam que a égua prenha deve ser deixada completamente em paz, em repouso. Outros, já mais extremistas, acreditam que se deve observar a natureza do animal, e nela, a égua mesmo prenha não tem descanso por sempre ter que estar em alerta e pronta para correr de uma potencial ameaça. Dessa forma, não havendo necessidade de ser oferecido este descanso e repouso.
Existem ainda aqueles que acreditam no meio termo. De que a égua pode sim continuar trabalhando de acordo com o costume, sem forçá-la demais, e gradualmente diminuindo o trabalho conforme se aproxima o parto, até que ela fique em completo repouso poucas semanas antes do nascimento de seu potro.
Esta opção certamente é a melhor alternativa a ser seguida, sem extremismo, com moderação e cuidado.
Quando o tão esperado momento está para chegar, devem se realizar os últimos preparativos. Se o caso for da égua dar a luz em uma baia, deve-se desinfetar esta baia uma semana antes, para que não fique o cheiro forte dos produtos. A mesma também deve ser forrada com abundância, amaciando o chão e dando conforto. A égua também deve ser alimentada no local preparado, para que se acostume a ele sem problemas.
Mas mesmo que não dê a luz em uma baia, a atenção quanto aos cuidados devem ser os mesmos.
E a partir dos primeiros sinais, tudo pode acontecer!
Depois de onze longos meses, é chegada a hora do tão esperado nascimento.
Se estiver ocorrido tudo certo na cobertura, e a égua estiver prenha já na primeira monta, basta considera onze meses de gestação para saber a data aproximada do parto. Uma vez que a égua tiver o potro, o período de gestação será igual para os outros, podendo variar de égua para égua; em umas o período é mais longo e em outras, mais curto, em questão de uma semana antes ou dez a doze dias depois.
Algumas éguas prenhas parecem procurar as condições perfeitas para que aconteça o nascimento. Uma das condições que parece fazer bastante diferença é a mudança da lua por razões inexplicáveis.
A aproximação da hora do parto se dá por diversos sinais; como por exemplo, o inchaço das mamas, que logo são cobertas por uma espécie de cera; pelo seu comportamento, algumas vezes agitado e comumente sereno. O momento do parto pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite, mas parece ser preferido no momento do nascer do sol, momento em que seus predadores passam a se recolher, instinto este herdado de seus ancestrais.
Quando a égua está alojada, fica fácil acompanhar o seu parto, velando por ela e seu potro. Mas, se esta estiver solta no pasto, as coisas não são tão visíveis, pois dá a luz em segredo e silêncio, para que não chame atenção.
A égua: Quando o potro finalmente nasce, é o momento em que se estabelece o primeiro vínculo com o seu filhote, inclinando-se sobre ele, trocando focinhadas e cheirando-se mutuamente. Dessa forma os dois se apresentam, reconhecendo um o cheiro do outro, quando a mãe emite um relincho de contato doce e acolhedor.
O potro: Começam as tentativas de se levantar, seguidas pelo fracasso. Suas trêmulas pernas ainda não o sustentam, levando-o de volta ao chão. Mas lá está sua mãe, que lhe dá gentis e reconfortantes lambidas na cabeça, encorajando-o para uma próxima tentativa, que será em meia ou uma hora. Logo as pernas dianteiras se esticam, uma de cada vez, seguidas pelo movimento de se levantar. Um embalo e lá está, de pé, com suas pernas trêmulas, mas firmes. Para se deitar faz o mesmo movimento, dobrando primeiro as pernas dianteiras para depois descer as traseiras. A coragem está se firmando sobre suas pernas não mais tão bambas, que agora já podem andar, trotar e até galopar com muito sucesso.
Qualquer que seja o contato com a sua boca, provoca um reflexo de sucção, seguido por um comportamento inato que tem preferência por lugares escuros e macios. Começa então a exploração pelo corpo da mãe, iniciando por locais do seu alcance, como pernas e flancos. A relação de mãe e filhote da está estabelecida, trazendo assim a cumplicidade entre ambos. A égua passa então a ajudar o seu potro que ao encontrar a mama começa a ingerir o tão importante leite, ainda repleto de colostro, que contém importantes anticorpos e indispensável para que ele evacue o mecônio, excremento acumulado em seu intestino durante a vida intra-uterina.
Tudo passa a correr tranquilamente. Em menos de duas horas o potro já enxerga, ouve, cheira, anda, trota e corre, deita e levanta, mama e explora curiosamente o ambiente e seu próprio corpo. Mantendo uma distância segura de sua mãe, na qual se encosta instintivamente quando se sente inseguro. Dessa forma o potro não passa meia hora sem vir se encostar ou mesmo se aconchegar perto de sua mãe, às vezes aproveitando para mamar, uma ação reconfortante e nutritiva. Neste momento a égua aproveita para cheirar o filhote, assegurando-se de que aquele é realmente o seu potro, mantendo também este comportamento quando o filhote dorme, atividade que consome metade do tempo do potro, aproveitando para ficar bem perto dele.
Logo que ele se afasta, ela o chama de volta. Distraído de mais com as descobertas do seu primeiro dia de vida, começa a experimentar pequenas folhas verdes, que mesmo depois de bem mastigadas, deve cuspir tudo o que mastigou, sacudindo a cabeça.
A égua tem uma participação fundamental na proteção do seu potro. Ela o ensina, disciplina e protege do novo mundo.